quarta-feira, 9 de março de 2011

Delírios



Está escuro lá fora, um imenso manto preto cobre os céus de NY, e eu, aqui, resignada de frustrações. A lua brilha lá no alto, e ilumina por entre os transparentes cortinados de cetim com aquele perfeito brilho hipnotizante, todo o meu quarto. O som da chuva a cair leva-me a fechar lentamente os olhos , viajo por entre os teus doces sorrisos, e agarro-me por breves momentos a perfeitas recordações. 
É tarde! As voltas na cama, o aperto no coração, impedem-me de dormir. Não sei mais que fazer para te trazer de volta...    Imaginei-nos a viver anos, grandes histórias de amor, percorrer grandes caminhos, lado a lado, só tu e eu. 
Talvez tenho sido ingenuidade minha, ou talvez não queria ver o que sabia que estava ali mesmo à minha frente, mas fiz de tudo por nós, por ti,  A doce sensação de me sentir desejada tomou conta de mim, das minhas acções, deixei de viver para mim.. e comecei a viver de ti para ti ... Só queria que tudo fosse perfeito, que tudo fosse único, só queria que tudo fosse.... FOSSE..FOSSE..FOSSE... mas nunca foi pois não? Nunca foste realmente meu, nunca houve realmente um nós...
Aquela cama começava a tornar-se um imenso mar de lágrimas e angustias...Não pisava o chão há semanas, não via as cores da cidade há semanas.. Tornei-me tão dependente de ti que quando me encontrei sozinha não sabia mais que caminho seguir..não me perguntes como me deixei ficar tão frágil, tão fraca, tão morta, porque nem eu própria sei..
Talvez tenha cedido ás forças corrosivas do amor, ou talvez me tenha acomodado a este estado de tremendo desespero, mas sinceramente não quero mais saber!
Ainda acordada, arrasto-me até à janela que em tempos foi o nosso recanto de puras citações, olho por entre os prédios à procura daquela ainda fonte de vida, na esperança de que a mesma me traga de novo aquilo que por decisão do destino ou por falta de ele, me roubou...
Fecho olhos ...
E lentamente me deixo embalar.........encontro-me finalmente de novo ao teu lado, nos teus braços, relembro o conforto de ser amada, abraço o momento como nunca antes feito.


Acordo, ainda com o teu sabor nos meus lábios, procuro por ti mas tu não estás, tu nunca estiveste.. 
Serás tu uma doce e eterna utopia? Será tudo isto real? 


Não sei, realmente não sei, mas se não for amor o que mais será?

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