Encontramos-mos
ocasionalmente, como que uma cortesia do destino, entrelaçamos-mos como teias,
tudo tão repentino mas intenso. Lembro-me de passar por ti e desesperar por um
olhar, um toque, um sorriso. Vivia de ti, ansiava aquele momento a sós onde nada
mais nos distraísse dos planos que o universo nos reservava, sabia que eras tu,
desde daquela primeira conversa envergonhada, tinhas que ser meu e eu apenas
tua! Construímos castelos nas nuvens, vivemos o que julgávamos ser impossível,
crescemos, tornamos-mos fortes, tínhamos-mos um ao outro e era o que
bastava para acordar cada dia como se fosse o ultimo... Os dias passaram-se,
meses, hoje na mesma casa juntos, já feita história, já mais que, nunca,
entrelaçados, parece que voltamos à estaca zero! Volto novamente a acordar do
lado da cama junto ao teu, na incerteza se te encontrarei lá uma vez mais,
desesperada por aquele sorriso que me enchia o coração, de novo! E tu ali,
simplesmente estás, vazio, frio, distante... Lugar que eu tempos me fazia sentir
em casa, agora não passa de mais um lugar estranho do mundo onde eu, não sei
como, vim parar novamente.
Fazer-te feliz
sempre foi uma prioridade, fazer-te sentir amado, vivo, meu... Talvez a magia
se tenha perdido pelo meio, ou simplesmente te roubou o interesse que em tempos
havia.
A vida nem
sempre é fácil, se pudesse muita coisa seria diferente, sei que estas sempre lá
para mim e que te esforças para me levantar, mas aos poucos eu vou-me levantado
de novo e tu cais! A vida não vem escrita num livro, claro que nunca teremos
aquela utopia com que sempre sonhamos, mas por favor não me vires as costas!
Tudo até hoje, fez e faz parte de quem me fizeste ser, se partes o que fica de
mim no fim?
Se o nosso
mundo morre onde me encaixo eu outra vez? Se aquele fogo que havia se apagar o
que fará de mim depois das cinzas?
Prometemos
mundos e fundos, que agora parecem simples assobios levados pelo vento.
Desiludida? Talvez, sinto que levei o paraíso às portas do inferno!
Sinto-me
impotente, sempre que tento concertar as coisas, tu simplesmente já não és o
mesmo e eu por consequência deixo de ser a mesma. Talvez o nosso amor nos mate
aos dois por dentro, talvez seja por isso que não vimos as coisas da mesma
forma, talvez seja por isso que um dia é simplesmente só mais um dia, e eu e tu
somos só mais dois corpos perdidos no meio da multidão. Desculpa se te suguei
demasiada vida, se te tirei as forças e agora não queiras lutar mais. Perdoa-me
se fiz tudo o que construímos parecer uma desilusão, se no fim do dia não fiz
valer a pena... Quem ama demasiado por vezes envolve-se de formas tão profundas
que simplesmente deixa de existir maneira de voltar a trás!
Ter uma vida
contigo deixou-me mais livre, mais feliz, cheguei acreditar que há momentos na
vida em que simplesmente tudo é perfeito, e que há felicidade para mim neste
mundo. Mostras-te ser um pilar para mim, cuidas-te de mim como ninguém,
olhaste-me como ninguém, beijaste-me como nunca antes tivera sido, encheste-me
de fé, e agora tudo se desmancha à nossa volta.
A vontade que
me consome de fazer tudo bem outra vez, de voltar ao tempo que éramos só um,
que eu sabia o que te ia no pensamento e que nos entendíamos.
O peso de
sentir que larguei tudo consome-me, não te quero perder, mas sinto que já te
perdi...
Ensina-me de
novo a começar do zero, apaixona-te por mim só mais uma vez e deixa-me mostrar-te
que mereço e que te quero junto a mim, fazer-te feliz, viver de ti e somente
para ti!
Comecemos dos
sorrisos envergonhados, novamente, dos toques embaraçosos, das palavras meigas...
Deixa-me que me apresente:
-
Olá, o meu nome é Patrícia, e o teu?
- Que fazes por aqui? - Tento fazer-te feliz ..........