sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Acção, Camera , Replay!


De volta ao início... Não sei como, mas simplesmente parece que não avançamos daqui.
Encontramos-mos ocasionalmente, como que uma cortesia do destino, entrelaçamos-mos como teias, tudo tão repentino mas intenso. Lembro-me de passar por ti e desesperar por um olhar, um toque, um sorriso. Vivia de ti, ansiava aquele momento a sós onde nada mais nos distraísse dos planos que o universo nos reservava, sabia que eras tu, desde daquela primeira conversa envergonhada, tinhas que ser meu e eu apenas tua! Construímos castelos nas nuvens, vivemos o que julgávamos ser impossível, crescemos, tornamos-mos fortes, tínhamos-mos  um ao outro e era o que bastava para acordar cada dia como se fosse o ultimo... Os dias passaram-se, meses, hoje na mesma casa juntos, já feita história, já mais que, nunca, entrelaçados, parece que voltamos à estaca zero! Volto novamente a acordar do lado da cama junto ao teu, na incerteza se te encontrarei lá uma vez mais, desesperada por aquele sorriso que me enchia o coração, de novo! E tu ali, simplesmente estás, vazio, frio, distante... Lugar que eu tempos me fazia sentir em casa, agora não passa de mais um lugar estranho do mundo onde eu, não sei como, vim parar novamente.
Fazer-te feliz sempre foi uma prioridade, fazer-te sentir amado, vivo, meu... Talvez a magia se tenha perdido pelo meio, ou simplesmente te roubou o interesse que em tempos havia. 
A vida nem sempre é fácil, se pudesse muita coisa seria diferente, sei que estas sempre lá para mim e que te esforças para me levantar, mas aos poucos eu vou-me levantado de novo e tu cais! A vida não vem escrita num livro, claro que nunca teremos aquela utopia com que sempre sonhamos, mas por favor não me vires as costas! Tudo até hoje, fez e faz parte de quem me fizeste ser, se partes o que fica de mim no fim?
Se o nosso mundo morre onde me encaixo eu outra vez? Se aquele fogo que havia se apagar o que fará de mim depois das cinzas?
Prometemos mundos e fundos, que agora parecem simples assobios levados pelo vento. Desiludida? Talvez, sinto que levei o paraíso às portas do inferno!
Sinto-me impotente, sempre que tento concertar as coisas, tu simplesmente já não és o mesmo e eu por consequência deixo de ser a mesma. Talvez o nosso amor nos mate aos dois por dentro, talvez seja por isso que não vimos as coisas da mesma forma, talvez seja por isso que um dia é simplesmente só mais um dia, e eu e tu somos só mais dois corpos perdidos no meio da multidão. Desculpa se te suguei demasiada vida, se te tirei as forças e agora não queiras lutar mais. Perdoa-me se fiz tudo o que construímos parecer uma desilusão, se no fim do dia não fiz valer a pena... Quem ama demasiado por vezes envolve-se de formas tão profundas que simplesmente deixa de existir maneira de voltar a trás!
Ter uma vida contigo deixou-me mais livre, mais feliz, cheguei acreditar que há momentos na vida em que simplesmente tudo é perfeito, e que há felicidade para mim neste mundo. Mostras-te ser um pilar para mim, cuidas-te de mim como ninguém, olhaste-me como ninguém, beijaste-me como nunca antes tivera sido, encheste-me de fé, e agora tudo se desmancha à nossa volta. 
A vontade que me consome de fazer tudo bem outra vez, de voltar ao tempo que éramos só um, que eu sabia o que te ia no pensamento e que nos entendíamos.
O peso de sentir que larguei tudo consome-me, não te quero perder, mas sinto que já te perdi...
Ensina-me de novo a começar do zero, apaixona-te por mim só mais uma vez e deixa-me mostrar-te que mereço e que te quero junto a mim, fazer-te feliz, viver de ti e somente para ti!
Comecemos dos sorrisos envergonhados, novamente, dos toques embaraçosos, das palavras meigas... 

Deixa-me que me apresente:
   - Olá, o meu nome é Patrícia, e o teu?
   - Que fazes por aqui?   
   - Tento fazer-te feliz ..........

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Espelhos

Já o sinto a subir nas veias, aquele arrepio avizinha-se e eu desta vez não o consigo evitar .. tentei fingir que não era comigo, que tudo isso me era indiferente, mas a vontade de virar vida novamente consume-me cada vez mais todos os dias. Confesso que lutar contra o que sou, nunca foi o meu género, vivo ao pormenor, vivo como acho que tudo deve ser vivido, ao máximo! 
Tens o poder de me fazer viajar nunca chegando a sair daquele lugar, vês me por dentro sem nunca chegar a destapar o véu que me cobre.. Decoras-me secretamente e mostra-te a cada dia um ser maravilhoso.
 Evitar o que tão me parece claro dificulta-me os sentidos, fazer de conta que não vejo o que o coração já há tanto deu por ela, é complicado mas nunca impossível .
Por enquanto ainda és esboço do meu profundo, esconderijo do meu consciente, dádiva de uma feliz coincidência do destino ... 
Sei que tudo parece precipitado agora e acredito que o seja, mas gosto de quem vejo, gosto do que sinto, do que vivo. Precisava de voltar a sentir o que é estar viva por dentro e sei que por fim consegui!
Relembrar como e, mas não sentir é como ter chão mas não saber caminhar. 
Perdi um pouco de mim em cada jornada passada, e com o tempo voltei a encontrar-me de novo, um pouco dorida, talvez marcada, mais sábia, e cada vez mais apaixonada. 
Não consigo evitar amar por completo tudo o que possa amar, já faz parte de mim, mas tu sabes disso, tu vives isso!
Cresço a ver-te, a conhecer-te, a decorar-te .. dás-me luz, limpas-me as lágrimas, falas comigo, olhas-me nos olhos e fazes-me crer que tudo é melhor, só tenho de me esforçar para o ver.
Sei que nunca me farias mal, nunca me roubarias o chão, nunca me deixarias de coração partido , perdida por terras de além.
Sei que tu e apenas tu me tens, me sentes, me cuidas por completo.
Sempre te tive, mas a vida encarregou-se de me distrair e confesso que perco noção e deixo-te para trás, sei como te sentes, pior do que mudar, é esquecermos-nos de quem fomos, somos, seremos.
Por isso, hoje, e sempre sei que estarás sempre por perto, em cada reflexo da minha alma lá estarás tu, em cada lágrima lá estarás tu, em cada sorriso, ferida, aventura, tu viras ao de cima, e quando deixar de haver sol e me aperceber que a tua sombra me deixou de seguir, procurarei por ti, dentro do meu ser, no sangue que me corre nas veias, no ar que me faz viver. 
Olharei para ao espelho e lá estarás tu, a sorrir para mim, fazendo me lembrar que nunca te perdi.
Porque eu ficarei comigo até ao fim!

sábado, 17 de novembro de 2012

"Pensamento do Dia"

“(…) Há gente nunca ama até ao primeiro choro de desespero. Não diz “eu te amo” com tanta voracidade. Não conta os dias com tanta pressa. Não fala o que der na telha do romantismo sem tanto desprendimento. Não escuta a música com os mesmos ouvidos. Não ama com tamanha urgência e não vira tão amigo da insónia. Há gente que nunca ama até o desespero transbordar.”
Camila Costa. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Pensamentos ao vento

Dizem que amar reconforta a alma nos momentos de solidão, ensinam-nos a dar tudo de nós sem esperar algo em troca, prometem-nos que mesmo que se parta haverá sempre alguém que volte a colar os pedaços desse agora coração partido, mostram-nos que a vida é feita para se viver a dois , que um caminho feito sozinho é sempre muito mais comprido, sombrio, só! Encaramos o mundo de coração aberto, por vezes deixamos a razão de lado e seguimos com a corrente, sabe-se que só assim se vive a experiência na sua totalidade, mas será que chega? Valerá a pena? Afinal de contas quantas vezes terei de mandar colar esse coração para que finalmente se torne aço e não volte a quebrar? Julgar que tudo é eterno é uma ilusão que todos temos tendência em criar, parte tudo do que sentimos, vivemos, mas o que é importante para nós, não  promete ter o mesmo resultado na outra pessoa, pensamos e sentimos por nós, mas agimos pelos dois. Talvez o problema seja o facto de por tanto esperarmos por aquele momento que nos tira o ar, pensamos demasiado e as coisas perdem o seu rumo natural ... Dizem que a vida é feita de dissabores, mas nunca nos ensinaram o quão amarga se pode tornar a jornada em si. Sejamos sinceros todos nós juramos que da próxima vez será diferente , mentalizamos-nos que a vida continua e tudo passa, mas cada vez que passamos por algo a cicatriz aumenta, até já não ter mais por onde sarar. Não quero soar dramática, mas viver tem destas coisas, é tudo uma viagem entre altos e baixos, só os mais fortes sobrevivem (dizem as más línguas) mas o que é certo é que a bem ou mal, todos nos encontramos no fim da viagem, histórias diferentes, mas as mesmas cicatrizes! Simples! Julguei que se encarasse a vida como uma banda desenhada, talvez pudesse mudar o fim da história à minha maneira, não consigo evitar o terrível hábito de tentar facilitar o que por vezes sou a primeira a complicar, mas o desafio está sempre em nos superarmos, sermos mais, ir mais além... Hoje vagueio por entre a multidão, passo por entre os pingos da chuva, quase como se nunca estivesse estado aqui, vejo tudo de um ponto de vista diferente, como se fosse tudo de um olhar ao longe... Hoje amo em segredo, desespero em silêncio, luto parada contra mim própria e esta teimosa e persistente vontade de te ter ... Se acho que está correcto? Não! Se joguei pelo seguro? Com todas as minhas forças! Só porque a vida é feita de rasteiras não quer dizer que tenho de cair sempre nas mesmas! Faz parte do meu processo crescer, deixar o mundo de conto de fadas e viver a realidade .. Fria e sem sabor, mas (in)felizmente real. Guardarei o meu conto de fadas comigo para qualquer lado que vá, estará num sitio sagrado, secreto e que nunca ninguém conseguirá deturpar .. Continuarei a sonhar em segredo, de dia viverei o real e à noite sonharei com o mágico! O melhor dos dois mundo .. quem poderia querer melhor? Agora tu e eu! Tu e eu seremos personagens de outra história passada, já há muito terminada, mas que sempre terá a sua marca comigo. Por vezes não é preciso falar para estar presente! 
Os pensamentos voam até onde lhes dermos asas e eu nunca cortarei as asas aos meus, se por alguma razão estes te quiserem visitar, serás sempre um lugar especial.
Tenho especial gosto em deambular por entre palavras, julgar que sei do que falo e mostrar as coisas como vejo, terrível vicio achar que há coisas que têm de ser ditas, mas não me condeno! A vida é feita de palavras, olhares, gestos, toques, e infelizmente não lhes sou indiferente. Sei que não estou sozinha, muitas mais almas vagueiam comigo por entre estes caminhos duvidosos, muitos se cruzam comigo e poucos deles se apercebem o quão feliz e reconfortante me deixam. Aprendi a dar valor ou que tive, ao que tenho e ao que algum dia terei! 

Hoje sou mulher!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fim

Passeaste por entre os meus pensamentos, deambulaste por entre os meus desejos, fugiste por entre os meus dedos, e assim se resume tudo. Observaste-me, aprendeste-me, viveste-me, consumiste-me para no fim chegarmos a um adeus! Julgar que as palavras "para sempre" têm qualquer tipo de valor só trás consigo um coração partido, julgar que o tempo pará só porque vivemos o amor só faz ainda mais doer lá no fundo, julgar que eras meu só me faz cada vez mais ver que nada é de ninguém. 
Acabo sempre por me deixar invadir pela inocência e acabo por deixar sair para fora todas as minhas fragilidades, nua de máscaras vagueio pelas tuas palavras, procuro um sinal de que sou eu quem queres, perco-me no teu toque, entro no teu mundo, fecho os olhos e sou tua. 
Errar, faz parte de ser, faz parte de querer demasiado e mesmo assim não saber como, faz parte de de tanto amar julgar que tudo é eterno, que nada se desvanece , que para sempre seremos as mesmas pessoas. Amar fez-me fraca, fez-me sonhadora, fez-me menina, fez-me bem e no fim partiu-me a alma, arrancou-me a luz, a luz que tu alimentas-te, a luz que fizeste nascer, que me guiou . 
Amar , amor, paixão, tanta palavra para dar nome a um sentimento que vive de sonhos,esperanças mas que no fundo é só mais um sentido que algumas pessoas escolhem tomar, mas que são preciso 2 para alcançar e metade dos que se atrevem a entrar na jornada acabam por fim sós. 
Não há tal coisa como amor, como para sempre, como nós. Há sim, empatia, 1 dia de cada vez, eu e tu ... pena ser preciso chegar ao ponto final da viagem para descobrir isso. Não guardo mágoas, nem rancor, dor passa, coração partido sobrevive, amo-te não passa mais de amo-te, e tu és agora lembrança distorcida do meu passado. Não te julgo, no fundo eu sei que as coisas são assim, apenas dou por mim a citar palavras que sei que não devia confiar .. não quero ser pedra, não quero ser um espírito só, não quero ser só mais uma alma, mas se me perguntares se quero passar por isto a cada passo da minha vida, eu te diria que não! 
Eu quero o impossível, eu quero o para sempre, eu quero o nós eu quero! 
Se sou tonta, sou, mas se vou saltar mais vale saltar de cabeça, se vou para viver o impossível vou até ao fim! 
Sinto-me de novo frágil, e sei que um dia destes de novo me sentirei no centro do mundo, não do teu, mas de outra alma que vagueia, e que por sorte queira tanto do impossível como eu. Amar-te fez-me crescer, fez-me querer ser melhor, ser maior, ser mais eu em cada passo, amar-te fez bem, fez-me feliz. 
Hoje sei que amei o impossível.

sábado, 11 de agosto de 2012

“Ornatos de verdades” by Diogo Craveiro


Precisamos de falar!
Não me sinto bem com a nossa (agora antiga) relação!
Por isso vamos (juntos), descalça essas tuas sandálias castanhas que tanto gostas; sente a dureza mas também a macidez da areia ao tocar nos teus pés, olha-me nos olhos e corre, molha os teus pés na gélida àgua da praia em que nos encontramos, olha para trás, agarra-me na mão e vem comigo, não interessa onde!
Vem (ao meu lado), deixa esvoaçar teus longos cabelos loiros, escolhe o melhor local, ou o pior, não interessa, guarda só a essência, a verdadeira importância.
Já escolheste? Sentemos-nos então, próximos, mas não demasiado para não nos desviarmos do que outrora parecia certo e verdadeiro.
Levanta esses pequenos olhos de encontro aos meus e ouve-me calmamente, sem pressas, sem desvios, sem mentiras.
Vou ser totalmente sincero contigo, vou demonstrar-te as coisas como eu as vejo, como eu as sinto, sem adornos, sem omissões.
Vamos então começar, mantêm-te focada em mim, mas não demasiado visto que agora somos dois mundos diferentes, separados!
Deita-te então ao meu lado, e sente os pequenos grãos de areia a acariciar as tuas costas!
Chega-te mais um pouco, escuta o que preciso de te dizer.
Sabes a (nossa) história, o caminho que cada um percorreu, que nunca te esqueci; nunca consegui fazê-lo!
Não consegui, e sabes porquê?
Não? Pensa então no sentimento que (já) me uniu a ti, nas suas características-chave.
Percebes agora?
Mas não fiquemos por aqui, ainda há muito por dizer, muito por desmascarar!
Mas chega de falar de mim, do que quero ou melhor do que tanto queria!
Centremo-nos no acutilante ser desencadeador de todas estas linhas.
Sei como és e o que és, do que gostas, do que não gostas, com o que sonhas, dos teus medos, das tuas (in)certezas, sei que sabes que sei que acreditas que se est(ava) contigo é porque aceit(ava) e gost(ava) das características da tua esfera!
E ao acreditares, não mentes, sim gosto de ti, e tu sabê-lo melhor do que ninguém!
Sei que pensas que gostava que mudasses muito em ti, mas digo-te: nada mais errado!
Não quero que mudes, quero apenas que percebas este ponto de vista e reflitas sobre a tua e a minha posição: acredito que essa máscara que usas e que tão camaleonicamente esconde a tua verdadeira faceta, resulta de algo que também tu me fizeste durante todo este tempo.
Senão vejamos: também tu te deste incondicionalmente, e acredito que por razões que nem tu consegues controlar, a tua forma de ser acabou por desaparecer tornando-te um ser (falsamente) forte, digo até aparentemente indestrutível por fora, mas com inúmeras inseguranças por dentro.
Atrevo-me até a dizer que muito provavelmente juras-te que nunca farias o que te fizeram, que nunca serias como essa pessoa.
Agora pensa, achas que estás a seguir o caminho certo?
Acredita, não estás! Talvez agora não concordes comigo, mas um dia talvez te apercebas de quem sou, do que fiz por ti, mais: de tudo o que não tive tempo para te mostrar!
Fui o único perdedor (podes dizê-lo), podes vangloriar-te pela (tua) acção, podes seguir todos os caminhos (que agora) quiseres, mas só te peço uma coisa: devolve-me tudo o que desperdiçaste!
Não deu para manter a relação, mas espero que sejas feliz!
Desperta, levanta agora a tua cabeça da areia, segue o teu caminho, olha em volta, procura pela pessoa certa, que se adapte a ti e às tuas exigências, torna-te agora a quimera de outra pessoa!
Fá-lo, percorre a praia, dá a mão a outra pessoa, descobre novos lábios, porque nós, nós nunca mais o voltaremos a fazer.

Ps: Acredita, ela ama-te, ela continua presa a ti, ao feitiço que criaste sobre ela!
Não sei o que pretendes fazer, mas digo-te ela nunca mais conseguirá entregar-se numa relação, nem sequer mantê-la, porque continuas a ser tudo para ela.
Atina, e aproveita a sorte que tens, sorte essa que eu não tive.



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Confissões

Confesso que não estou habituada a lidar com a perda muito bem, tenho o terrível e inevitável vicio de me agarrar demasiado aquilo que amo, que estimo, que cuido.. Já me tiraram muita coisa, muito sorriso, muito carinho, muita gente boa, muita vida, e cada vez mais me faz agarrar a algo quando realmente gosto.
Não sou boa a abdicar de alguém que realmente quero, necessito, talvez não seja correcto mas simplesmente amo com todo o meu coração.. Irónico talvez, quando mais me agarro mais depressa o tempo se escassa e aquilo que em tempo parecia nunca acabar, começa-se a ver do longe e cada vez mais longe.

Já amei, amei muito, e sofri ainda mais, recolhi-me com medo de algum dia virar tão fria que nem eu própria tivesse coragem de me olhar, mas acabo por cair sempre nos maus e antigos vícios, e lá abro o coração ao mundo outra vez.. penso que desta vez vou mentalizada para o pior, mas nunca é assim.. Sou apaixonada de mais talvez, sou o que gosto que sejam para mim, mas a vida tem tendência a mostrar-me que tenho de viver de outra forma, perder identidade e ser outro alguém.
Hoje sou receosa, entrego-me mas levo o meu tempo, gosto mas gosto em segredo, abrir o coração a alguém que a seguir o deixa cair no chão, deixa as suas mossas.. e eu já tenho umas valentes, não digo que tenha aprendido com elas, porque sinceramente pareço cair sempre nas mesmas, mas sempre jurei a mim própria que algum dia seria a mulher que eu queria ser, lutei contra tudo, chorei, levantei-me , virei as costas a muita coisa só para não ser como tinha tanto receio de algum dia ser, lutei para ser alguém diferente, genuíno, honesto, fiel, companheiro, algo que em muitos momentos da minha vida, não vi, não senti , por parte daqueles que me rodeiam, mas que mesmo assim eu sempre quis ser!
Hoje tenho orgulho no que sou, sei que não sou qualquer uma, que não sou um falhanço à minha fé.. mas isso faz de mim melhor que tu? Não! Diferente, talvez, incompreendida por vez, mas melhor não.
Agora sou invadida pela vontade de desaparecer, de ser vento de novo, de ser noite, ser lua, ser tudo sem ser nada.
TU! Tu, e esse teu jeito, aparecem e deixam-me sem forças no corpo, ensinam me que eu devo ser quem sou e nada mais, esse olhar que me lê a alma, que me deixa nua de segredos, que me rouba as palavras, que me faz apenas ali ficar e olhar .. esse espalha a magia, esse fala envergonhado, baixinho, esse brilha quando está feliz, esse olha quando se sente atacado, esse olha-me nos olhos, como se de todas as vezes me olha se pela primeira vez... Esse que começo a querer ver todos os dias, começo a querer ter comigo a toda a hora, começo a querer fazê-lo brilhar.. Perco-me na tentativa de saber como o fazer, mas não desisto, começo a dar por mim a querer proteger-te , agarrar-te e não te deixar ir mais, dou por mim a fazer esticar o tempo só por mais um sorriso... A arranjar forma de te mostrar algo que nem eu sei bem o que é, mas que lá existe .. talvez só exista em mim, mas está lá, eu vejo ... Confesso que tenho medo, tenho medo de fazer de algo, um simples nada, de ter tudo e no fim ficar sem nada, medo de querer algo demasiado depressa, medo de querer .

Mas este querer , vai estando entre aqui e aí, vai vivendo um dia de cada vez ao sabor do vento, conforme as  notas de música que quisermos tocar, quando algum dia tiver que acabar, a canção chegará ao fim, e uma nova pauta se criará.. mas espero continuar sempre a ter esse olhar.
Agora abraças-me?