segunda-feira, 21 de março de 2011

Vazio!


Uma sala vazia.. Quatro paredes, uma janela, dois vultos, uma história....


Costumava ser o nosso refugio, aquelas paredes que por uma vida fizeram parte da nossa história, aquele chão que os teus pés receavam nunca mais voltar a pisar.. 
Pequena e simplória casinha escondida no meio do arvoredo,palco de guerras perdidas, amor vividos , tristezas choradas.. Velhinha, transbordava história por cada recanto.. abandonada , agora nosso antro de pecados e desejos ali se encontrava..Aconchegada por aquele particular raio de sol que insistia em perfurar a escuridão .. e era assim, era assim que se passavam os dias, as noites, as tardes, as horas, os dias, foi assim que se passou uma vida..


Histórias de amor declamadas aos céus, desejos, sonhos..
Tudo ali era simbólico, especial, diferente...... Era nosso, guardava nela o nosso cheiro, o nosso sorriso.. A vontade de ser tua e tu seres meu tomou conta de mim , do meu corpo.. Sozinhos agora ali sem ninguém, fechados entre aquelas 4 paredes fizemos do infinito nosso tempo e do mundo nossa casa, vivemos ardentemente o sentimento mais ingénuo de amar..


Anos depois... a mesma sala, as mesmas quatro paredes, os mesmo dois vultos, a mesma janela.....
UMA HISTÓRIA DE AMOR

Um pouco perdida ....

Entranhada em teias de porquês me deito hoje aqui, leve e só como nunca antes me encontrara, é triste como depois de tanto anos a solidão me encontra de novo,aqui, desta vez, tão frágil como nunca me tivera visto antes.
Até que ponto chega o insaciável desejo de ser ambiciosamente feliz. Num passado não tão distante do agora, já tive tudo, já fui tudo, e em puras palavras me tornei tão pouco, tão insignificante tão nada. 
Parti do principio de que tudo isto era uma mera fase, tentei enganar a razão aos poucos, mas admito que já de muito sentia o meu coração fraquejar. 
Era inevitável, e tu sabias, tu sabias desde o princípio, desde o primeiro momento em que me encontraste perdida no meio do teu horizonte... mas, mesmo assim não partiste, ficaste a meu lado.
Sabias bem de que pessoa eu era feita, e sei que lá no fundo em segredo sabias que era um caso perdido.. Não te questiono porque não me deixaste antes, pois sei que não mo dirias, mas te agradeço.
Acompanhaste cada passo meu, cada sorriso esboçado, cada lágrima derramada, cada sentimento deturpado, cada razão de viver, cada desespero, partilhamos por longos e para sempre guardados momentos, partilhamos vida!
Entraste na minha vida como um raio que cai no céu com tantos outros, no meio da tempestade.. e da mesma maneira que assim apareceste, assim desapareceste.. Cruel? Sim! Justo? Talvez! Paixão? Hum... deixemos isso para depois.
Este desconforto, deixa-me cada vez mais resignada.. Não vou começar com teorias de que talvez a culpa tivesse sido minha, ou o que não terá resultado.. gosto de apenas me contentar com o facto de que pelo menos te tive por aquele breve momento e que apesar de teres partido permaneces em mim, naquilo a que chamam uma brilhante memória..
Talvez a vida seja mesmo isto.. talvez esteja destinado assim.. talvez tudo isto possa ter partido de um mero acaso do destino, ou talvez tenha sido o meu mais profundo subconsciente que te desejou... 
Mas no final de conta a vida é apenas e somente isto.. um estádio (momento) de chegadas e partida, de entradas e saídas, de idas e voltas, de momentos e memórias...


Puro devaneio ou até mesmo saudade, me levaram a escrever... sinceramente nem sei do que falo.. pois não me dirijo a ninguém em particular.. 
Talvez tudo isto não passe de uma tentativa do meu subconsciente  se elevar e gritar o que tanto faço força para esconder.. 


Vá-se lá saber...